quarta-feira, 21 de agosto de 2013

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O velho ditado português que defende que sem ovos não se fazem omeletes pode aplicar-se às notícias que o jornal Público trouxe ontem, e que indicavam que havia menos 13 mil alunos no ensino básico público entre os anos letivos de 2010-2011 e o de 2011-2012. Não se conhecem ainda os números de 2012-2013, mas ninguém espera que tenham aumentado.

A quebra na natalidade que Portugal tem sofrido nos últimos anos está a começar a sentir-se de forma prática na vida do país. A diminuição do número de alunos provoca o despedimento de professores e funcionários das escolas, aumentando os níveis de desemprego, mas a questão é bastante mais grave que essa. Apesar de todos os avisos que têm sido feitos por imensas associações e movimentos, o Governo continua a ignorar que é preciso dar condições às famílias para que tenham filhos. Em alguns casos, nem são precisos incentivos. Basta que se garanta que o posto de trabalho não será perdido, ou que as contas a pagar têm em conta o agregado. Raios, em alguns casos bastaria apenas que se passasse a mensagem a incentivar as pessoas a ter filhos!

Temos campanhas publicitárias para tudo e mais alguma coisa, umas muito importantes, outras talvez nem tanto. Mas porque é que não temos uma que diz "ter filhos assegura o futuro do país"? Será que as pessoas têm noção que na última semana de julho nasceram, em todo o país, apenas 15 crianças???

Têm sido aprovadas algumas medidas de apoio à natalidade, mas o que é facto é que a natalidade não tem aumentado. Independentemente das razões, este é o facto: não há crianças suficientes a nascer para garantir a renovação da geração. E as medidas aprovadas não têm dado o resultado esperado.


O que eu estranho é que a comunicação social não fale nestes assuntos, que noticie estas coisas e não questione quem de direito sobre o porquê destas questões. Temos menos crianças na escola porquê? Não estão a ir para o privado, certamente, nem estão a ficar em casa sem ir à escola, porque é obrigatório. Então, porque é que há menos crianças?

Daqui a uns anos, o problema vai estar no ensino superior, e depois no emprego. Quando houver menos gente a fazer descontos, a Segurança Social, que já está um caos, entrará em colapso completo, e o futuro não será risonho, mesmo com as vagas de imigrantes que possam radicar-se no nosso país. Nessa altura seremos como os pais negligentes que depois de deixarem as crianças fazer tudo o que queriam enquanto cresciam, se questionam porque é que elas são tão mal comportadas...

(Nota: pela minha parte, já questionei o ministério de Pedro Mota Soares, que é quem tem o pelouro da família sobre isto, e estou a aguardar respostas. Se houver, eu atualizo o post)

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