segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Terminou ontem o espetáculo "Arco de Luz" com o qual a Câmara Municipal de Lisboa quis assinalar a abertura do Arco da Rua Augusta ao público. Não ouvi ainda nenhum balanço oficial, mas a julgar pela multidão que foi assistir no dia em que eu fui e a quantidade de gente que postou fotos nas redes sociais, a afluência foi enorme.



O espetáculo consistia na apresentação das personagens que têm uma estátua no Arco, e permitia uma rápida passagem por alguns dos principais acontecimentos da história portuguesa. Exaltou a nossa coragem, valentia, ousadia, capacidade de sofrimento e engenharia, usando os exemplo de Viriato, Nun'Alvares Pereira, Vasco da Gama e do Marquês de Pombal. Uma mensagem que terminava com uma compilação de imagens de portugueses famosos em todos os séculos, que nos lembrava, e bem, que o nosso povo sempre teve valor ao longo da história, e não deixou de o ter agora.




A iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa teve muito valor e permitiu dinamizar o coração da cidade que, à noite, fica sempre despido de gente. A única coisa que não percebi foi o porquê de, ao percorrer a Rua Augusta à pinha, olhar e ver todas as lojas fechadas. Os cafés era difícil encontrar um aberto e os poucos que estavam eram inundados por gente. Ou seja, a câmara consegue o mais difícil, que é encher a baixa de gente à noite, e depois as lojas ficam fechadas, os museus não abrem e os cafés não fazem negócio? Que raio de estratégia de dinamização do comércio local é esta que gasta uma pipa de massa num espetáculo multimédia e depois as pessoas que lá vão querem beber um café e nem isso conseguem? Os museus podiam ter ficado abertos, as livrarias poderiam ter tertúlias, concertos, as lojas de roupa poderiam fazer promoções para quem comprasse à noite (ou não, até porque muits já estão em saldos), enfim, poderiam ter sido criados mil e um eventos paralelos que permitiriam a quem se deslocou ali para observar os 17 minutos de espetáculo poder ficar mais um bocadinho a aproveitar as excelentes noites qu estavam.



Infelizmente, continuamos a pensar pequeno, e a funcionar por capelinhas, em vez de nos dedicarmos a crescer em conjunto. Como se teria vencido a Batalha de Aljubarrota se cada um dos lados do quadrado lutasse por si? Ou como teriamos dobrado o Cabo das Tormentas se os marinheiros não tivessem trabalhado em conjunto? A resposta à crise está nestas coisas pequenas, como o trabalho em equipa, a solidariedade, e o pensar em conjunto para otimizar recursos e maximizar impactos e receitas... algum dos senhores que planeou este evento foi escuteiro? Se sim, shame on you. Se não, bom, parte fica explicado... :)



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